Exército do Brasil discute apoio dos EUA à Índia no Conselho de Segurança da ONU

Em reunião na semana passada, comandantes de alto escalão do Exército brasileiro discutiram o apoio dos EUA à Índia para uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

A Folha apurou que, na avaliação dos comandantes, o objetivo dos EUA, de fato, é formar uma aliança com um país cuja capacidade militar poderia se contrapor à da China no sul da Ásia.
A China investe cerca de 2% de seu PIB (Produto Interno Bruto) em questões militares e tem forças armadas mais numerosas e equipadas do que a Índia.
O arsenal chinês conta com 186 mísseis nucleares ativos e um número desconhecido de ogivas de reserva, além de um efetivo estimado em 2,1 milhões de combatentes, segundo relatório do CSIS (Centro para Estudos Estratégicos Internacionais, na sigla em inglês), sediado nos EUA.
O arsenal convencional tem mais de 17 mil peças de artilharia, 7.500 tanques, três submarinos nucleares e quase 1.400 caças.
A Folha apurou que o apoio americano à Índia não gerou grandes preocupações entre os generais brasileiros.
Apesar do Itamaraty ter considerado o apoio positivo --por abrir as portas de uma reforma no Conselho--, os generais identificaram um recado implícito ao Brasil.
Obama criticou a Índia por não intervir em questões de desrespeito a direitos humanos em Mianmar. O recado seria sobre o Brasil não criticar violações de direitos humanos no Irã.